Hoje descobri que o meu roupeiro é mágico e posso viajar para onde quiser... Sim, para onde quiser!
Descobri quando os meus pais disseram-me para eu arrumar o quarto.
Tinha montes de coisas no meu roupeiro, por isso tirei tudo.
Não parava de pensar no parque, pois estava um belo dia e as minhas amigas estavam lá.
Estiquei-me e tirei uma caixinha do fundo e para isso meti-me dentro do roupeiro.
Parecia que estava a sonhar.
Apareci no parque! Dá para acreditar?
Todas as minhas amigas olharam para mim. -Pensava que não vinhas!- exclamavam elas surpreendidas.
Eu estava estupefacta. Como é que fui lá parar? Era um mistério.
Voltei para casa sem dar explicações.
Acabei de arrumar o quarto e meti-me no roupeiro.
Imaginei a revolução dos cravos em 1974. Fui lá parar! Era de espantar!
Toda a gente andava com cravos na mão.
Um homem, que eu reconheci como sendo MFA (Movimento de Forças Armadas) deu-me um belo cravo vermelho e cumprimentou-me.
Uma criança estava sozinha. Era uma menina pequena. Fui ter com ela. Era tímida. Falámos e eu dei-lhe o cravo.
Curioso, tinha o nome da minha mãe. Na cerimónia fomos juntas e no fim atiraram cravos para o ar.
Voltei para casa, não sei como, mas voltei.
Mais tarde vim a saber que aquela menina era a minha mãe. Que coincidência! Já percebi porquê que tenho este nome. Deveria ser em honra do dia da Liberdade quando me conheceu.
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