Rachid:
Saudações! O meu nome é Rachid e sou um mouro encantado.
Desde que Lisboa foi conquistada por D. Afonso Henriques, fiquei preso por um encantamento
neste castelo. Tenho fé de que, um dia, surgirá alguém para me libertar deste penoso
cativeiro...
Entretanto, não tenho nada para fazer e estou aborrecido.
Clica no botão abaixo para saberes qual foi a tua vida passada!
Rachid:
Para saber a tua vida passada, preciso de algumas informações.
Pertenceste ao grupo de hominídeos que inventou o fogo.
Graças a ti, a humanidade deixou de comer carne crua, abrindo-se infinitas
possibilidades a nível de assados, grelhados, refogados, cozidos e simples
comida esturricada.
Os cozinheiros atuais devem-te muito. Ainda hoje,
como reminiscência dessa distante encarnação, sentes um fascínio especial e
indefinível, de cada vez que contemplas as chamas do bico de um fogão.
Foste um soldado português que lutou na Batalha de Aljubarrota, em
14 de Agosto de 1385.
Graças aos teus esforços, Portugal assegurou a sua
independência face aos invasores castelhanos, num confronto em que os
portugueses estavam em grande desvantagem numérica.
Esta vitória foi alcançada graças à bravura dos soldados portugueses e
à utilização da inovadora técnica militar do quadrado, técnica essa
onde a tua participação foi de grande relevância.
Foste uma peixeira que, em 14 de Agosto de 1385, lutou lado a lado
com Brites de Almeida, a famosa Padeira, na batalha de Aljubarrota.
Nesta batalha, assegurou-se a independência de Portugal em relação aos
invasores castelhanos. Num prenúncio da futura guerra química, muitos
dos soldados castelhanos, foram rechaçados graças aos projéteis de
peixe podre que tu lhes arremessaste. Dizia-se até que os teus
peixes fétidos fizeram tombar mais inimigos do que a técnica militar
do quadrado, utilizada pelos portugueses nesta batalha. Em memória
dessa vida passada, ainda hoje as
refeições de peixe são para ti muito especiais.
Foste um soldado castelhano que participou na batalha de Aljubarrota,
em 14 de Agosto de 1385.
Os portugueses venceram este confronto e puseram
os castelhanos em fuga. No entanto, tu não te deixaste dominar pelo pânico.
Bravamente, escondeste-te dentro do forno de uma padaria, esperando,
posteriormente, apanhar os portugueses desprevenidos, de maneira a
relançar o ataque.
Tudo corria bem, e a tua presença passava
despercebida, só que, infelizmente, o teu esconderijo foi descoberto
por Brites de Almeida, que te assassinou com a sua pá de padeira.
Os castelhanos foram derrotados, mas tu morreste com a tua honra
intacta. No entanto, ainda hoje, o calor dos fornos te causa algum
desconforto. Agora, já sabes porquê.
Eras um inquisidor durante a Idade Média. Dedicaste a tua vida a rezar e
à perseguição de hereges.
Embora, hoje em dia, muito se fale das
injustiças cometidas pela Inquisição, na altura, tu eras um
inquisidor convicto, que acreditava estar a fazer o difícil trabalho
de Deus. Realizaste inúmeros autos-de-fé.
Hoje em dia, por vezes, ainda dás por ti a julgares os outros. Lembra-te,
nessas alturas, que já julgaste o suficiente há tempos atrás.
Eras uma feiticeira que foi queimada na fogueira durante os tempos
obscuros da Idade Média. A tua magia curou muitas doenças e salvou
muitas vidas, mas não te souberam agradecer. Sabias convocar as chuvas,
falar com os mortos e prever o futuro. Eras rebelde e orgulhosa.
Contigo, perdeu-se um conhecimento precioso que nunca mais foi recuperado.
Eras um feiticeiro que foi queimado na fogueira pela Inquisição.
As tuas poções curaram muitas doenças, mas isso de nada de te valeu.
Os teus livros de feitiços foram destruídos pelos inquisidores,
perdendo-se conhecimentos preciosos que nunca mais foram recuperados.
No entanto, durante toda a humilhação de que foste vítima, o teu
orgulho nunca quebrou. Enfrentavas os teus carrascos com uma dureza
que os intimidava, embora tivesses tudo contra ti e nada a teu favor.
Eras um astrónomo que foi julgado e morto pela Inquisição devido
às tuas teorias sobre o Universo. Eras um cientista, um discípulo
fiel da razão. Infelizmente, a razão não conseguiu iluminar o
espírito sombrio e ignorante dos teus carrascos.
Foste um dos marinheiros que, no século XV, dobrou pela primeira vez
o Cabo da Boa Esperança. Eras um dos homens de confiança de
Bartolomeu Dias, o capitão da armada. Eras corajoso e por várias
vezes conseguiste salvar a caravela onde navegavas de um naufrágio certo.
Eras um dos marinheiros portugueses da frota que descobriu o
caminho marítimo para a Índia. Esta frota era comandada por
Vasco da Gama, de quem tu eras braço direito. Ainda hoje, em
reminiscência dessa vida passada, o mar tem para ti um grande apelo.
Eras uma Tágide. Viveste no século XVI e habitavas as águas do Rio Tejo.
Tinhas cabelos verdes aos caracóis, pele cor de pérola e gostavas de
brincar à apanhada com os peixes e de trocar dicas de maquilhagem
com as lulas.
Sussurraste, ao ouvido do poeta Luís Vaz de Camões,
a inspiração para muitos dos seus mais belos poemas.
As Tágides são, por natureza, reservadas e não gostam de se mostrar aos
humanos. No entanto, abrem uma exceção para todos os poetas que
invocarem a bênção da sua inspiração junto às margens do Tejo.
Eras uma sereia e viveste no século XVI. Quando o poeta Luís Vaz de
Camões naufragou, junto ao Rio Mecom, ajudaste-o a chegar em
segurança até à costa. Graças ao teu generoso auxílio, o mundo
pôde ficar a conhecer a epopeia dos Lusíadas, que o poeta
trazia consigo, bem segura acima do nível das águas na sua mão.
Eras uma sereia, detentora de uma beleza sem rival e de uma voz
encantadora.
Podias ter optado por uma carreira de sucesso na ópera. Mas,
infelizmente, não eras flor que se cheirasse e entretinhas-te a
pregar partidas aos marinheiros, atraindo-os para os penhascos, onde
os navios se quebravam em mil pedaços contra a face aguçada das
rochas. Destruída a embarcação, apanhavas os desgraçados no teu
abraço mortífero e, após eles darem o último suspiro, grelhava-los
para o jantar.
As amigas sereias do teu gang não eram melhores do que tu. Certa
vez, vocês quase conseguiram dar conta do barco do pobre Ulisses.
O que valeu ao desgraçado rapaz foi ter protegido os ouvidos da
sua tripulação com uns auscultadores. Caso contrário, não teriam
escapado à perigosa armadilha da vossa sedução.
A tua mãe sereia, que por acaso era uma boa alma, intercedia por ti,
tentava desviar-te do mau caminho e defendia-te das acusações dos
outros. Dizia que eram as más companhias, que tu não tinhas
culpa. Mas, a realidade é que eras mesmo uma erva daninha.
Eras um dos companheiros de Viriato, o líder dos Lusitanos.
Lutaste, até ao teu último fôlego contra a opressão do Império Romano.
Eras um vampiro. Viveste durante a Idade Média, ocultando de todos
a tua condição.
Tiveste vinte esposas. Quando o casamento perdia a
faísca da novidade, davas-lhes a dentada final e passavas à
próxima. Eras um tirano e oprimias a população com pesados impostos e
castigos terríveis.
Um dia, os teus servos descobriram que eras um vampiro e, em segredo,
preparam-te um tentador refresco de sangue de galinha, que julgaste
ser sangue humano. A bebida tinha misturada essência de alho e tu
morreste envenenado, consumido por dores atrozes.
Eras um artista e viveste há cerca de vinte mil anos atrás, em
Foz Côa.
Enquanto a maioria dos teus companheiros apenas se preocupava com
a comida, tu tinhas outros horizontes para além das meras
necessidades básicas. Eras um artista e a ti se devem muitas das
mais belas pinturas rupestres existentes em Foz Côa.
Frequentemente, eras tratado com desdém pela tua tribo, porque os
teus companheiros não compreendiam as tuas motivações de
ordem superior.
No entanto, a história, muitos anos mais tarde, haveria de te dar
o devido valor. Hoje, as pessoas vêm de todos os cantos do mundo
para admirar o teu trabalho.
Pertencias a um povo nómada da Ásia Central. O teu povo foi o
responsável pela invenção da roda.
Caso o vosso cérebro não tivesse sido iluminado por esta brilhante
ideia, hoje em dia, teríamos de andar a pé para todo o lado.
Os automóveis, os autocarros, as motas, as bicicletas, os skates,
os patins e até as simples carroças não existiriam.
Viveste em Paris, no século XIX, e eras uma bailarina de grande
beleza.
Eras uma das artistas mais pretendidas no Moulin Rouge. Todos os
homens que te viam rodopiar no palco ficavam perdidos de amor.
Digladiavam-se pela mera misericórdia de um olhar teu e procuravam
seduzir-te com flores, esmeraldas e diamantes.
Depois de uma certa idade, cansada das luzes da ribalta, resolveste
arrumar as plumas e as lantejoulas a um canto. Com as poupanças,
abriste um café chique onde, todas as noites, conviviam poetas,
atores e cantores em animadas tertúlias.
Acabaste por casar com um político poderoso e morreste já muito
velha e enrugada, rodeada pelos teus filhos e netos.
Fostes uma dançarina do ventre no reino de um poderoso sultão. Os
teus fãs acorriam de todos os cantos do mundo para se deslumbrarem
com os teus movimentos sinuosos.
O sultão procurou por várias vezes seduzir-te com a proposta de
um casamento, mas tu optaste pela carreira.
Fundaste, também uma escola de dança do ventre, onde ensinavas às
gerações vindouras a tua arte.
Eras um pirata e percorrias os setes mares em busca de incautos.
Capturaste inúmeras embarcações.
Pelo meio de tantas lutas não chegaste ao fim da tua vida inteiro.
Ficaste maneta, com uma perna de pau e um olho de vidro.
Em compensação, acumulaste vários baús repletos de ouro e jóias.
Procura nas tuas memórias e nos teus pesadelos. Será que te recordas
onde enterraste algum desses baús?
Eras uma amazona. Travaste centenas de batalhas contra inimigos
poderosos, o teu corpo ficou coberto de cicatrizes, mas nunca te
vergaste perante ninguém e acumulaste um imenso espólio de guerra.
Os teus filhos, netos e bisnetos passaram a vida toda a divertir-se,
felizes, vivendo à custa da fortuna que tu acumulaste.
Eras um diplodoco e viveste no Jurássico. Eras uma criatura simpática
e passavas o tempo todo pastando erva.
Eras um arqueopterix. Muitos dos dinossauros invejavam-te,
devido à tua capacidade de voar. Isso não te preocupava muito.
Das alturas do teu orgulho, lançavas-lhes olhares carregados de
desdém, enquanto os chamavas de "pobres bichos rasteiros".
Eras uma lourinhanosaurus e viveste durante o Jurássico Superior.
Um dia, foste atingida por uma terrível tragédia. Tinhas posto para cima de cem ovos, mas após várias dias de espera ansiosa, nenhum deles chocou. Tu tentaste encorajar os ovos murmurando-lhes palavras doces. Tentaste movê-los para uma zona mais soalheira. Chegaste até tocar-lhes levemente com ponta do teu nariz numa tentativa desesperada de os despertar.
Infelizmente, os ovos estavam condenados e o passar do tempo acabou por forçar a tua desistência.
Passados muitos anos, uma equipa de arqueólogos encontrou os teus ovos. Hoje em dia, os visitantes podem admirá-los no Museu da Lourinhã. Aconselho-te vivamente a que visites este museu. Pode ser que te recordes de alguns pormenores da tua vida passada como dinossauro.
Foste uma das primeiras formas de vida na sopa primordial. Eras verde
e gelatinoso.
Eras um feiticeiro índio das estepes americanas. Por encomenda,
podias fazer chuva, neve, sol, trovoada e ciclones. Também realizavas
casamentos. Eras muito respeitado entre os teus pares.
Eras um príncipe que foi transformado por um feiticeiro mau num sapo.
Um dia, uma linda princesa encontrou-te a coaxar à beira de uma poça
de lama, pôs-te dentro da panela e comeu-te frito ao jantar.
Eras um príncipe que foi transformado por um feiticeiro mau num
sapo. Exilado do reino, devido à tua condição anfíbia, foste viver
para um charco de lama. Aí, conheceste uma linda princesa sapo,
com a qual casaste e foste muito feliz.
Eras um príncipe. Vivias num lindo reino pacífico e
harmonioso.
Um dia, um feiticeiro invejoso tentou usurpar o teu reino e
transformou-te num sapo. Planeava comer-te estufado com molho de
tomate ao jantar, mas tu conseguiste iludi-lo e
escapar-te.
Durante horas, vagueaste perdido e desesperado pelos caniçais,
até que, finalmente, uma jovem camponesa ouviu o teu coaxar
desesperado e, encantada pela tua linda cor verde fluorescente,
com manchas amarelas, resolveu converter-te em animal de
estimação. Extremosa, a camponesa procurava alimentar-te com moscas e
varejeiras que ela própria capturava, mas tu recusavas estes
alimentos, enojado.
Com o passar do tempo ficaste magrinho e, então, a camponesa,
pesarosa pelo teu aspeto debilitado, pegou em ti e exclamando
"Meu pobre sapinho", deu-te um beijo.
Este beijo fez-te regressar à tua antiga condição humana, embora
conservasses nos olhos uma estria de verde fluorescente.
Juntos, tu e a camponesa convenceram o povo a fazer eleições.
Tu foste eleito presidente e a camponesa tornou-se
primeira-ministra.
O feiticeiro mau perdeu, mas como já tinha passado suficiente tempo
no poder conseguiu uma reforma antecipada, refugiando-se depois
no seu laboratório, isolado de todos e destilando veneno
contra a humanidade.
Eras uma camponesa num belo reino pacífico e harmonioso.
Um dia, encontraste, à beira de um charco, um lindo sapo verde
fluorescente com manchas amarelas, que certamente iria causar forte
impressão junto do teu círculo de amigos. Por isso, converteste o
sapo em animal de estimação e tentaste alimentá-lo com moscas,
varejeiras e minhocas, mas o animal recusava-se a consumir tais
alimentos.
Preocupada, chamaste o veterinário, mas este não conseguiu encontrar
no bicho qualquer doença.
Vendo o pobre animal à beira do seu último suspiro, resolveste
despedir-te dele com um beijo. Foi então que o sapo, por entre vapores
de estrelas, se transformou num belo príncipe.
O príncipe contou-te o seu infortúnio. Tinha sido vítima de um golpe
de estado. Um feiticeiro ardiloso reduzira-o a uma condição anfíbia
e usurpara-lhe o palácio, o carro, o telemóvel, a conta bancária e o
reino.
Decidida a por fim a esta injusta situação, reuniste os teus colegas
camponeses, dos quais eras delegada sindical e, juntos, preparam uma
revolução contra o feiticeiro. Armaram-se de enxadas e forquilhas e
marcharam contra o castelo.
O feiticeiro, apercebendo-se de que a sua magia não era suficientemente
poderosa para o salvar de um tão grande mar de gente, transferiu o
dinheiro para uma conta no estrangeiro e fugiu para um paraíso
fiscal, onde viveu até ao resto dos seus dias em ociosidade.
Tu casaste com o príncipe que, nessa altura, devido aos desfalques
financeiros do feiticeiro, estava falido. Através de uma política
económica inteligente e de um controlo do deficit cuidadoso
conseguiram, após vários anos, recuperar a prosperidade reino e
ser felizes.
Eras a gata de um feiticeiro. A tua pelagem era cinzenta e
sedosa. Tinhas fama de caçadora exímia e eras o terror das
ratazanas.
Nos teus tempos livres, gostavas de afiar as unhas nas capas dos
livros de magia e de derrubar os tubos de ensaio na bancada do
laboratório.
Morreste após longos anos de uma existência preenchida e feliz,
deixando para trás uma descendência bem sucedida de trinta
e nove gatinhos.
Eras a gata de um feiticeiro. A tua raça era persa, tinhas o pêlo
cor de pérola e olhos esmeralda. A tua beleza majestosa era
elogiada por todos.
Após vários anos de treino diligente conseguiste amestrar o teu
humano para a obediência absoluta. Quando algum dos teus caprichos não
era satisfeito, não havia livro de feitiços que não fosse arranhado
ou tubo de ensaio que não fosse quebrado.
À medida que os anos avançavam, perdeste alguma da tua graça roliça
porque não tinhas moderação na comida. Engolias, que nem aspirador,
toda a espécie de doces, gorduras e porcarias. Acabaste, um fatídico
dia, por morrer de indigestão.
Eras um dragão durante a Idade Média. Devoraste veados, donzelas e os
cavaleiros que tentavam salvá-las e, com o teu bafo de fogo, grelhaste
aldeias inteiras num festim de morte.
Eras uma poetisa e viveste em Silves, na altura em que esta cidade
ainda era um bastião da civilização muçulmana na Península
Ibérica. Pertencias à tertúlia literária da poetisa árabe
Assilbia.
Amargurada pela destruição causada pelos conquistadores cristãos
à sua amada cidade, Assilbia deixou as seguintes palavras:
"Silves, ó minha Silves, eras outrora um paraíso
mas transformaram-te tiranos no fogo do inferno.
Foram injustos que não temeram o castigo do Senhor
mas nenhuma coisa oculta é oculta para Alá."
Aconselho-te vivamente a que visites esta magnífica cidade.
Certamente, as reminiscências desta tua antiga vida emergirão das
profundezas do esquecimento até à superfície.
Eras um guerreiro árabe e fazias parte das tropas do general
muçulmano Tárique.
Em 711, Tárique desembarcou na Calpe, que fortificou, preparando-se
para as suas conquistas na Península Ibérica. O nome de Tárique ficou
para sempre ligado à Calpe, que passou a chamar-se
Gibraltar, ou seja, o monte de Tárique.
Graças à ajuda do teu valor guerreiro, Tárique fez tombar muitas
cidades. Tornaste-te num guerreiro respeitado e, em recompensa pelos
teus esforços no campo de batalha, foram-te concedidas quarenta
propriedades, cada uma delas com uma virgem cristã nobre
incluída.
Viveste durante muito tempo, feliz, mas morreste pobre porque os
numerosos filhos que tiveste consumiram toda a fortuna que tinhas
acumulado durante a guerra.
Viveste na pré-história e eras um arquiteto de antas.
Sempre que alguém precisava de construir uma nova anta, ou dólmen,
os teus serviços eram requisitados.
As tuas antas destacavam-se por serem as mais artísticas.
Infelizmente, muitas delas perderam-se na passagem do tempo.
Eras um comerciante de especiarias, na época dos Descobrimentos
Portugueses.
No mar, enfrentaste tempestades medonhas e por várias vezes as
tuas mercadorias foram saqueadas. Uma vez, até chegaste a avistar,
ao largo do Cabo das Tormentas, o gigante Adamastor que, num dia
de mau humor, tinha saído para assustar as caravelas.
No entanto, as tuas aventuras acabaram por ser coroadas de sucesso.
Morreste já velho e muito rico. As histórias das tuas viagens causavam
grande sucesso entre os teus netos.
Foste uma rainha moura no tempo em que a Península Ibérica estava
sob domínio muçulmano. Eras rica, bonita e vivias na
ociosidade.
Para te divertires, mandavas raptar, entre os teus servos, jovens
cristãos que obrigavas a jogos amorosos, até ao fatídico dia em que
te fartavas deles.
Aí atirava-los para as masmorras do castelo, onde morriam entre
gemidos, vítimas de doenças e das mordidelas das ratazanas.
Segundo consta, eras grande amiga de D. Chama, uma princesa moura
que vivia nas proximidades de Mirandela. Dizem as más-línguas que
ela era tão perversa quanto tu.
Eras um jovem cristão, um servo nas propriedades de D. Chama,
uma princesa moura que viveu nas proximidades de
Mirandela.
Um dia, saiu-te a sorte grande. D. Chama pretendia-te para seu
marido. A princesa era bonita, jovem, rica e poderosa e, por isso,
aceitaste.
O vosso romance foi intenso, mas efémero. D. Chama cedo se
aborreceu e começou a lançar os olhos para outros jovens cristãos
das imediações. Pouco tempo depois, anunciou que terias de
abandonar o castelo para voltar à dura vida de agricultor.
Tu recusaste-te. Pretendias ficar com metade do castelo e ainda
ganhar uma avultada pensão mensal. Argumentavas que, depois de te
teres habituado a uma vida de luxos, voltar à lavoura constituía um
trauma psicológico insuportável.
Para fazer valer os teus direitos, chamaste um advogado. Só que,
infelizmente para ti, a D. Chama chamou o carrasco. O carrasco, com o
seu machado, venceu os argumentos do advogado e tu foste degolado.
Eras um sacerdote do deus Endovellicus, uma divindade adorada, desde
tempos antigos, na Península Ibérica.
Como sacerdote, interpretavas, na névoa dos sonhos, as mensagens que
Endovellicus enviava à humanidade.
Sugiro que faças uma visita a S. Miguel da Mota, local onde foi
erguido um santuário a esta divindade. Certamente, as lembranças da
tua anterior encarnação farão com que este local cause sobre ti forte
impressão.
Foste um importante general romano e acompanhaste Júlio César nas
suas campanhas militares. Assumiste especial relevo na submissão do
corajoso chefe gaulês Vercingetórix.
Quando a força do teu braço fraquejou, devido à idade, trocaste a
vida militar pela vida política e tiveste uma carreira bem sucedida no
Senado.
Eras um adivinho e acompanhaste Júlio César nas suas campanhas,
indicando-lhe os momentos mais adequados para realizar um ataque
militar.
Agradecido, César forneceu-te uma bela casa guarnecida com trinta
escravos. Infelizmente, não conseguiste prever o assassinato de César
por traidores, no Senado. Esta tragédia fez-te perder o crédito junto
da Rainha Cleópatra, esposa do defunto, que a partir daí te considerou
um impostor e um inútil.
Foste despedido e despojado de todas as tuas regalias. Durante anos
vagueaste sem rumo. Depois, começaste a construir uma carreira como
leitor da sina nas feiras. Acabaste por te tornar popular e por
conseguir recuperar a tua vida confortável.
Eras um médico de Catarina II, da Rússia.
Esta soberana teve uma grande paixão por ti e pretendia até partilhar
o trono contigo. Só que, tu já te tinhas casado com a medicina, e o
serviço aos doentes era para ti o mais importante. Por isso,
declinaste a proposta.
Ainda assim, Catarina II nunca mais te esqueceu e tiveste sempre um
lugar cativo no seu coração.
Eras um discípulo de Pitágoras.
Estavas presente no momento em que o mestre descobriu o famoso
Teorema de Pitágoras.
Hoje, graças a essa tua passada encarnação, tens um fascínio especial
pela geometria, em geral, e pelos triângulos, em particular.
Entre os triângulos, os triângulos retângulos são os teus preferidos.
Eras um gladiador e lutavas nas arenas romanas contra guerreiros e
contra feras.
Um dia, apaixonaste-te por uma virgem Vestal e decidiste tentar tudo
por tudo para deixar a vida cruel e perigosa que levavas.
Tu e a tua apaixonada conseguiram fugir para um local remoto e
viveram até ao fim dos vossos dias em paz e tranquilidade.
Eras uma virgem Vestal e velavas pelo fogo sagrado da deusa
Vesta.
A tua dedicação granjeou-te o favor da deusa, que te fez relevações
importantes através de sonhos.
Estas revelações tornaram-te numa figura central da vida política romana.
Eras uma pitonisa na Grécia antiga, famosa pela tua capacidade para
adivinhar o futuro.
Eras consultada por todos, desde políticos a generais até aos
simples escravos. Não negavas a ninguém o benefício dos teus
talentos.
No entanto, sempre viveste uma vida humilde e pobre, porque não
cobravas pela ajuda que concedias.
Viveste no século XVI, em Praga. Eras um alquimista e dominavas o
segredo do fabrico do ouro. Muitos dos dourados das igrejas e dos
palácios saíram dos confins obscuros do teu laboratório.
Um belo dia, um monarca poderoso encomendou-te três toneladas de moedas
de ouro. Era a maior encomenda da tua vida. Trabalhaste dia e noite para
satisfazer este cliente importante. Infelizmente, não contaste com a
ganância deste rei pouco escrupuloso.
Depois de estar na posse do tesouro que lhe entregaste, sua alteza real
assassinou-te. Receou que pudesses produzir mais ouro e que isso viesse
a desvalorizar aquele que ele tinha acabado de adquirir.
O monarca não se limitou apenas à tua morte, mas ceifou as vidas de
todos os alquimistas que trabalhavam contigo no Beco do Ouro. Afinal, se
o metal dourado se tornasse tão comum quanto os feijões, perderia o
seu valor e as pessoas deixariam de o cobiçar.
Pesquisa bem a tua memória. Pode ser que sejas capaz de te recordar
deste antigo segredo. No entanto, se o conseguires, lembra-te de que
esse segredo atrairá sobre ti a ganância dos homens e isso poderá
significar, novamente, a tua ruína.
Eras um alquimista e viveste no século XVI, no Beco do Ouro, em
Praga.
Sabias fabricar o elixir da vida e por isso viveste durante muitos
anos, sem nunca envelhecer.
Também conhecias o segredo do fabrico do ouro e, por isso, não
precisavas de trabalhar muito. Numa noite, eras capaz de transformar
uma arca cheia de chumbo numa arca de cheia de ouro. Depois,
bastava-te vender o produto do teu trabalho e gozar dos prazeres
da vida.
Julgavas que viverias para sempre, que serias eterno, como Deus.
Infelizmente, não eras tão bem sucedido na produção de medicamentos,
como na produção de ouro. Conseguias evitar as rugas, mas não
conseguiste evitar um surto de peste negra que dizimou a tua vida.
Eras um monarca e viveste no século XVI. Eras um grande amigo dos
alquimistas, a quem encomendaste várias toneladas de barras de
ouro.
Após receberes o teu tesouro, convidaste estes distintos profissionais
para um faustoso banquete no teu palácio. Comeram e beberam até de
madrugada.
Quando os alquimistas se afundaram na ressaca, aproveitaste a
oportunidade para os assassinares a todos. As tuas reservas de ouro
eram as mais abundantes e, agora, que os alquimistas tinham sido
dizimados, nenhum outro rei te conseguiria superar. Serias o mais
rico do mundo e todos te obedeceriam.
Infelizmente, a tua fortuna não durou muito tempo. Conhecedores do
tesouro que se armazenava nas caves do teu castelo, os outros reis,
cegos pela ganância, atacaram as fronteiras do teu território,
derrubaram as paredes do teu palácio, encerraram-te numa masmorra
e, não contentes com isso, ao fim de algum tempo, roubaram-te até a
própria vida.
Foste despojado de tudo e, no teu último suspiro, amaldiçoaste a
sedução do metal amarelo, que acabou por te arrastar para a desgraça.
Eras uma condessa e viveste no século XIX, na Hungria. Eras uma das
melhores amigas da imperatriz Sissi.
Quando o filho da imperatriz Sissi se suicidou tu estavas ao seu
lado e fostes um dos seus principais apoios.
No entanto, também acompanhaste a Rainha Sissi em muitos
momentos felizes. Ambas gostavam de dar longos passeios a cavalo.
Ambas eram adeptas de uma dieta saudável e do exercício físico.
As duas partilhavam também uma intensa paixão pela poesia.
Viveste no século XVIII, na Áustria, e eras uma duquesa, proprietária
de vastas propriedades e de palácios luxuosos.
Nos teus tempos livres, eras visita assídua do Palácio Schönbrunn,
em Viena, onde bordavas Petit Point com a imperatriz
Maria Theresia e as outras damas da corte.
Enquanto trabalhavas com a agulha, criando belos padrões florais,
discutiste importantes reformas com a imperatriz, da qual te
tornaste uma importante aliada política.
Eras uma das filhas de Medusa. À semelhança da tua progenitora,
tinhas serpentes em vez de cabelo. Tu e a tua mãe viviam
tranquilamente sem incomodar ninguém.
Infelizmente, os humanos não aceitaram a vossa diferença e Perseu,
um grego dos tempos antigos, assassinou cruelmente a pobre Medusa.
Tu assististe a este bárbaro massacre, impotente, porque ainda
eras demasiado jovem para poderes deter a mão criminosa de
Perseu.
Cresceste com uma sede de vingança que incidiu não apenas sobre Perseu,
mas sobre todos os humanos em geral. O teu ódio era tão grande que,
apenas com a força de um olhar, eras capaz de transformar quem te
contemplasse em pedra.
Acabaste, muitos anos depois, por conseguir atingir a vingança junto
do carrasco de tua mãe. Com uma picada do teu cabelo de serpentes
venenosas, enviaste-o para o outro mundo.
Esperavas que a morte de Perseu trouxesse paz ao teu coração, mas isso
não aconteceu. Continuavas a sentir-te tão vazia como anteriormente.
Consultaste então uma pitonisa que te revelou que só estarias em paz
quando te reconciliasses com a raça humana. Mas como conseguir aceitar
uma raça de seres tão demoníacos? Era impossível.
Viveste muitos séculos, sempre atormentada pelo vazio que te consumia.
Assististe a muitos acontecimentos históricos, sempre com um olhar de
desdém para com todos os humanos. Entretanto, envelheceste. A tua face
ficou sulcada de rugas. Apenas as serpentes conservavam a sua eterna
vitalidade.
Um dia, vencida pela velhice e pelas doenças caíste desamparada à beira
da estrada. Aproximou-se de ti um grupo de mulheres. Quiseste repeli-las,
mas algo de te impediu.
Estas mulheres, que eram freiras, recolheram-te no mosteiro e trataram
de ti até ao último suspiro, sem nunca se importarem com a diferença do
teu penteado. Nos olhos das religiosas viste bondade e pudeste finalmente
reconciliar-te com a espécie humana, tal como a pitonisa tinha
determinado, há tanto tempo atrás. Após uma existência repleta de
angústia, fechaste os olhos em paz e com a alma preenchida.
Quando morreste, as serpentes do teu cabelo transformaram-se em ouro.
As freiras tomaram-te por um anjo, enviado diretamente por Deus.
Rezaram muito por ti e investiram o ouro na ajuda aos pobres.
Viveste há cerca de 2500 anos antes de Cristo, no Egipto, no tempo
do grande faraó Quéops. Eras um capataz e o teu trabalho consistia em
motivar os trabalhadores para a construção da pirâmide que viria a ser
o túmulo do faraó.
Debaixo do cruel calor africano, os trabalhadores tinham de arrastar
enormes blocos de pedra. Depois, empilhavam-nos uns em cima dos outros, de
maneira a formar a pirâmide. Era um trabalho fastidioso e pouco
agradável. Por isso, embora a devoção ao divino faraó fosse grande,
por vezes, a motivação escasseava. Era aí que tu, como capataz,
entravas em ação, munido do teu chicote de pele de hipopótamo. Eras
implacável e persuasivo. Debaixo do estalo da tua ferramenta motivadora,
todos esqueciam o cansaço.
Enquanto manuseavas o chicote, mantinhas sempre um olho no horizonte,
em busca de algum sinal que anunciasse a vinda do grande chefe, o
faraó. Quando o avistavas, montado no seu carro dourado, puxado por
possantes cavalos, redobravas o trabalho do chicote, de modo a exibir o
teu zelo fervoroso.
Este zelo compensou, e o faraó tinha-te em elevada conta, porque os
teus trabalhadores eram os mais produtivos. Ao visitar a construção,
Quéops costumava comentar: "Se tivéssemos tantos capatazes como
aquele, esta pirâmide estaria finalizada em quinze anos, em vez de
trinta".
No entanto, não eras muito bem visto entre a população. Muitos
trabalhadores tombaram, esgotados pelo cansaço, debaixo teu impiedoso
chicote. Sofreste também algumas vinganças. Várias vezes, ao
regressares do trabalho, encontravas insultos escritos na parede da
tua casa. Outra vez, ao passares por um beco mais solitário, alguém te
atirou com estrume de cavalo. Só que, para ti, tudo isso não passavam
de ninharias. Eras o fiel servo do faraó e cumpririas os seus desejos,
ainda que para isso tivesses de ser cruel e antipático.
Efetivamente, aquando da sua morte, o faraó lembrou-se de ti com
ternura. Por esta altura, Quéops era tão teu amigo que resolveu
levar-te com ele, quando foi ao encontro do deus Anúbis. Era uma honra
que terias dispensado, mas que não te atreveste a recusar. Morreste
encerrado dentro da grande pirâmide, pela qual tanto tinhas
sacrificado.
A tua mulher e os teus filhos não gozaram do privilégio de morrer ao
lado do faraó. Viveram ainda durante longos anos de forma confortável,
graças ao produto do teu trabalho.
Eras uma princesa egípcia filha de um poderoso faraó. A tua vida foi
luxuosa e feliz, mas breve. Morreste quando contavas apenas doze
anos.
Os teus pais, consumidos pelo desgosto, construíram para ti um grandioso
túmulo. Contrataram os mais talentosos artistas para pintarem o teu
retrato nas paredes do túmulo. Em volta do retrato, os artistas gravaram
um álbum de recordações da tua curta vida. Desenharam-te a correr entre
as flores do campo, a cantar, a brincar às escondidas com as tuas
amigas e a tocar flauta.
Os teus pais acreditavam que a tua alma regressaria para visitar o túmulo
e, por isso, deixaram-te lá os teus brinquedos favoritos, uma cama para
descansares, bonitos vestidos e até os teus doces prediletos.
Posteriormente, os teus pais tiveram outros filhos, mas tu permaneceste
para sempre na sua memória como uma filha predileta e insubstituível.
Viveste na antiga Babilónia, no tempo do Rei Hamurabi, há cerca de
1700 anos antes de Cristo. Eras um dos conselheiros de confiança deste
grande rei e ajudaste-o a criar o primeiro livro de leis do mundo, o
Código de Hamurabi.
Este código foi gravado em pedra e exposto num local público de maneira
a que todos os súbditos soubessem quais as ofensas e os seus respetivos
castigos. Tratou-se de um grande avanço na civilização humana porque,
pela primeira vez, as decisões deixaram de estar nas mãos do poder
discricionário de um soberano. Passaram a existir regras, e a obediência
fazia-se a essas regras e não a uma pessoa em particular.
Já experimentaste ler os livros de leis atuais? Decerto, sentirás virem
à tua memória reminiscências destes tempos passados. Certamente, darás
um excelente advogado ou juiz.
Viveste na antiga Babilónia. Eras um sacerdote e dedicavas a tua vida
ao estudo dos astros.
Do cimo dos zigurates, contemplavas os céus com devoção infinita. Os
crentes vinham ter contigo para que lhes lesses o seu futuro nas estrelas.
Em troca, faziam-te generosas ofertas. O próprio rei confiava cegamente
nas tuas previsões e, antes de tomar qualquer decisão importante,
consultava-te sempre primeiro.
Viveste na Grécia Antiga e eras um trovador. Eras convidado para as
festas das pessoas importantes, onde as extasiavas com a tua maravilhosa
voz, acompanhada do som lira. Cantavas histórias de heróis e de deuses,
de guerras e de grandes paixões.
A tua voz era de tal como cativante, que chegaste a impedir muitas
batalhas entre Atenas e Esparta. Quando os guerreiros se lançavam ao
ataque, tu soltavas alguns sons da tua lira e todos deixavam tombar as
armas para te ouvirem com atenção, esquecidos dos ódios e das
desavenças.
Em contrapartida, também causaste várias guerras, porque tinhas um
extenso clube de fãs feminino. Alguns homens perseguiam-te, invejosos
por as damas suspirarem apenas por ti. Ainda assim, raramente te metias
em brigas, argumentando que eras um amante, não um lutador.
Eras um soldado e acompanhaste Alexandre o Grande nas suas numerosas
conquistas na Ásia Menor.
Após muitas lutas, Alexandre acabou por se tornar o senhor de todo o
Império Persa. Ambicioso, queria ainda submeter a Índia. Só que tu, e
muitos outros dos teus camaradas, já estavam fartos de tanta guerra.
Queriam voltar para casa e rever as famílias e, por isso, recusaram-se
a continuar.
Alexandre ficou vermelho de fúria com esta recusa. Gritou, esbracejou,
ameaçou e, finalmente, resolveu amuar, fechando-se na sua tenda. Após
alguns dias, cansou-se do amuo, abandonou a tenda e anunciou que
prosseguiria a conquista sozinho. O seu exército era um bando de
coelhos cobardes e não precisava deles para nada! Chegou até a
afastar-se alguns metros, resoluto, mas uma vez que ninguém o seguia,
acabou por ceder. Para os guerreiros gregos, as saudades de casa falavam
mais alto do que as pressões do líder.
Regressaste então para a Grécia, onde te reencontraste com a tua mulher
e os teus filhos e onde levaste uma vida tranquila e feliz até ao fim
dos teus dias.
Eras um soldado grego, jovem e ambicioso. Para ti, a Grécia era
demasiado pequena. Querias expandir os teus horizontes, conhecer outras
pessoas e experimentar mil perigos. Por isso, depressa te identificaste
com Alexandre, um jovem rei tão irrequieto como tu.
Este Alexandre, que não era um Alexandre qualquer, queria ser um
Alexandre Grande. Para isso, iria lançar-se em conquistas pela
Ásia Menor, afrontando o poderoso império Persa. Perante esta perspetiva,
o teu coração saltou de alegria. Tinhas, finalmente, perante ti, a
aventura que tanto desejavas e foi com alegria que deixaste o teu lar,
com a cabeça cheia de sonhos.
O teu valor guerreiro foi de grande utilidade a Alexandre nas batalhas.
Eras sempre o primeiro na linha da frente. Não recuavas perante os
inimigos mais assustadores. Punhas constantemente a tua vida em perigo.
Acabaste por te tornar grande amigo de Alexandre, que fazia questão em
mostrar a sua bravura entre os soldados, submetendo-se às mesmas
provações que eles.
O império Persa foi submetido, mas o ambicioso Rei queria mais. Agora,
lançava os olhos para a Índia. Só que, o seu exército, farto de tanta
luta, recusou-se a prosseguir. Isto irritou Alexandre e também te irritou
a ti, porque querias meter-te em mais aventuras. No entanto, acabaram
ser obrigados a ceder às saudades de casa dos vossos camaradas.
Alexandre mandou, então, parte dos soldados para casa. Quanto a ele,
foi para a Babilónia, cidade de onde dirigiu o seu vasto império.
Tu ficaste também na Babilónia, onde acabaste por conhecer uma bonita
jovem persa que te fez esquecer as guerras e com a qual casaste.
Alexandre, que tinha por ti uma grande estima, ofereceu-te um sumptuoso
banquete de casamento e um avultado dote, com o qual pudeste começar a
tua nova vida de forma confortável.
Acabaste por morrer relativamente jovem. As lutas tinham desgastado o
teu corpo e cobravam agora o seu pesado tributo. Num Inverno mais
rigoroso, foste derrotado por uma gripe.
Eras um jovem grego, o mais novo de cinco irmãos. Os teus manos
faziam-te a vida grega. Como se isso não bastasse, a tua família era
pobre. Quando saias à rua, ninguém olhava duas vezes para ti, ou se
dava sequer ao trabalho de te cumprimentar. Eras tão insignificante que,
por vezes, até te chegavam a pisar!
Inconformado com este infortúnio, um belo dia, arrumaste a trouxa e
rumaste a Olímpia, decidido a mudar o teu destino. Começaste a treinar
para seres um atleta. A tua modalidade preferida era a do lançamento do
disco. Na tua imaginação, vias o projétil a desfazer-se sobre a cabeça
de todos aqueles que te tinham desprezado e insultado.
Acabaste por conseguir vencer e conquistaste a coroa de ramos de
oliveira. Voltaste então à pequena cidade onde tinhas nascido, mas agora,
o teu estatuto tinha mudado. Eras um herói olímpico! Esculpiram-se
estátuas em teu louvor e os poetas celebravam em verso as tuas
vitórias. O anterior insignificante era agora o filho querido da
terra.
Sugiro-te que faças uma visita à Grécia. Entre as estátuas antigas que
se salvaram das ruínas, talvez encontres uma que represente esta tua
antiga encarnação.
Eras um jovem grego, pobre, magricela, cheio de borbulhas de acne e
gozado por todos. Um belo dia, farto de tanto pontapé e falta de
respeito, arrumaste a trouxa e rumaste a Olímpia, onde iniciaste a
tua carreira como atleta. O teu coração estava cheio de revolta e,
por isso, escolheste a modalidade da luta.
Após muitas horas de treino disciplinado, o rapazola magricela deu lugar
a um homem imponente que seria capaz de enfiar um punho nos queixos do
adversário mais perigoso.
Acabaste por conseguir a coroa de ramos de oliveira e o primeiro lugar no
pódio. Voltaste então para a tua terra natal, onde tinhas passado de
besta a bestial. Foste recebido como um herói. Ergueram-se estátuas em
teu louvar e os poetas imortalizaram em verso as tuas vitórias como
atleta.
Porque não fazes uma visita à Grécia? Talvez, entre as estátuas
que se salvaram das ruínas, encontres uma que represente esta tua
anterior encarnação.
Eras um Lourinhanosaurus. Um belo dia, tu e a tua esposa sentiram-se os dinossauros mais felizes do mundo: tinham perante vós um ninho repleto com mais de cem ovos!
Como eras um pai extremoso, vigiastes os teus ovos vinte e quatro horas por dia. No entanto, à medida que o tempo passava, a felicidade deu lugar à preocupação. Os ovos já deveriam ter chocado!
Preocupado, tu tentaste encorajar os ovos, murmurando-lhes palavras bondosas. Depois, moveste-os para uma área mais soalheira. Chegaste até a tocá-los ao de leve com a ponta teu nariz, numa tentativa desesperada para os acordar.
O Doutor Lourinhanosaurus visitou por várias vezes o ninho, mas nunca conseguiu descobrir qual a doença de que sofriam os infelizes ovos. O Doutor receitou vitaminas, mas estas não produziram qualquer efeito.
O médico acabou finalmente por declarar que já não restava qualquer esperança. Os ovos estavam perdidos!...
Tu ainda ficaste junto à tua prole durante vários meses. No entanto, a passagem do tempo forçou-te a encarar a realidade. Não havia mais nada que pudesses fazer!
Muitos anos mais tarde, os teus ovos foram encontrados por arqueólogos e podem, hoje em dia, ser admirados no Museu da Lourinhã. Sugiro-te que visites esse museu. Certamente, irás recordar-te de alguns episódios da tua vida passada como réptil.
Viveste no século XV e eras uma camponesa francesa. Eras umas das melhores amigas de outra camponesa, camponesa essa à qual a França deve muito. Se não fosse por esta camponesa, talvez a França nem sequer existisse. O nome da jovem da qual estou a falar é Joana D'Arc.
Quando tinha apenas treze anos, Joana começou a ouvir vozes celestiais. A França estava, nesta altura, a ser atacada pelos ingleses, que pretendiam conquistar todo o país. Mas os santos revelaram a Joana que isso era errado e incentivaram-na a lutar contra os invasores. Sendo assim, Joana vestiu uma armadura e liderou um exército contra as tropas estrangeiras.
Tu acreditavas que a tua amiga era a Donzela de Orléans, enviada diretamente por Deus para libertar os franceses do jugo dos invasores e, empunhando uma espada, seguiste-a para a guerra. Durante as batalhas, conseguiste proteger Joana de muitos dos golpes inimigos. Infelizmente, não conseguiste impedir que ela fosse capturada perto de Paris, pelos adversários.
Os ingleses fizeram a pobre Joana enfrentar um tribunal eclesiástico onde ela foi condenada por feitiçaria, heresia e por usar roupas masculinas. Joana foi sentenciada a ser queimada na fogueira quando contava apenas dezanove anos de idade.
Após a morte da tua amiga, tu choraste durante dias, inconsolável. Vinte anos mais tarde, a igreja voltou a julgar o caso de Joana e ilibou-a das acusações, mas isso foi para ti fraco consolo. Em 1920, Joana foi canonizada e tornou-se numa santa.
Viveste no século XV e eras um camponês francês. Tinha uma paixão secreta por uma vizinha tua, que também era uma camponesa. A França deve muito a essa camponesa. Aliás, se não fosse por esta camponesa, talvez a França nem sequer existisse. O nome da jovem da qual estou a falar é Joana D'Arc.
Quando tinha apenas treze anos, Joana começou a ouvir vozes celestiais. A França estava, nesta altura, a ser atacada pelos ingleses, que pretendiam conquistar todo o país. Mas os santos revelaram a Joana que isso era errado e incentivaram-na a lutar contra os invasores. Sendo assim, Joana vestiu uma armadura e liderou um exército contra as tropas estrangeiras.
Tu achaste que a melhor maneira de provares o teu amor era empunhares uma espada e seguires Joana para a guerra, e assim o fizeste. Durante as batalhas, conseguiste proteger Joana de muitos dos golpes inimigos. Infelizmente, não conseguiste impedir que ela fosse capturada perto de Paris, pelos adversários.
Os ingleses fizeram a pobre Joana enfrentar um tribunal eclesiástico onde ela foi condenada por feitiçaria, heresia e por usar roupas masculinas. Joana foi sentenciada a ser queimada na fogueira quando contava apenas dezanove anos de idade.
Após a morte de Joana, tu choraste durante dias, inconsolável. Vinte anos mais tarde, a igreja voltou a julgar o caso de Joana e ilibou-a das acusações, mas isso foi para ti fraco consolo. Em 1920, Joana foi canonizada e tornou-se numa santa.
Viveste no século XV e eras um camponês francês. Nessa altura, o teu país estava a ser atacado pelos ingleses. A população, desmoralizada, vergava-se perante a dureza da guerra e muitos não viam mais nenhuma solução a não ser submeterem-se às tropas estrangeiras.
Foi então que surgiu uma jovem com uma forma diferente de encarar a difícil situação. O nome desta jovem era Joana D'Arc e ela afirmava que Deus estava do lado dos franceses. Os ingleses iriam ser derrotados e expulsos.
De início, tu não acreditaste numa única palavra daquela pequena camponesa. Pensaste que se tratava simplesmente de uma fantasia infantil. Mas a jovem continuou a insistir e mostrava-se tão determinada que, à medida que o tempo foi passando, cada vez mais pessoas começaram a acreditar nela. Finalmente, até o futuro rei de França, Carlos VII, após alguma desconfiança inicial, acabou por acreditar nela. Também tu acabaste por acreditar em Joana e, restabelecido com novo ânimo, pegaste numa espada e seguiste-a para a guerra.
Durante as batalhas, tu protegeste Joana de muitos dos golpes dos inimigos. Infelizmente, não conseguiste evitar que ela fosse capturada perto de Paris, pelos adversários.
Os ingleses fizeram a pobre Joana enfrentar um tribunal eclesiástico onde ela foi condenada por feitiçaria, heresia e por usar roupas masculinas. Joana foi sentenciada a ser queimada na fogueira quando contava apenas dezanove anos de idade.
Após a morte de Joana, tu choraste durante dias, inconsolável. Vinte anos mais tarde, a igreja voltou a julgar o caso de Joana e ilibou-a das acusações, mas isso foi para ti fraco consolo. Em 1920, Joana foi canonizada e tornou-se numa santa.
Eras um escravo romano. Os teus donos eram muito cruéis para contigo. Chicoteavam-te a qualquer pretexto. Não tinhas qualquer tipo de controlo sobre a tua vida e a única coisa que preenchia o teu coração era o ódio contra os romanos.
Um belo dia, Spartacus, que era um escravo tal como tu, conseguiu escapar aos seus donos, reuniu-se com outros escravos e começou a liderá-los no caminho para a liberdade. Tu também decidiste fugir, embora isso pusesse em risco a tua vida, caso fosses apanhado. Juntaste-te a Spartacus na cratera do vulcão Vesúvio. Finalmente, eras livre!
Infelizmente, mais tarde, as tropas romanas esmagaram a revolta e os escravos pagaram um elevado preço pela sua liberdade. Muitos deles foram crucificados.
Tu também te encontravas entre os condenados à morte, só que o guarda romano que te estava a vigiar optou por te deixar escapar para uma floresta nas proximidades. Depois, viajaste para uma cidade distante, onde ninguém sabia que eras um escravo, e onde pudestes viver o resto dos teus dias pacificamente, como um homem livre.
Ainda choraste a morte dos outros escravos por muito tempo, mas o teu coração já não estava repleto de ódio. Compreendeste que, tal como tu, também muitos outros romanos se opunham à escravatura, só que não tinham suficiente poder para se opor a este brutal sistema.
Viveste no século XIV, na Polónia, e eras uma das damas de companhia do Rei Jadwiga. Jadwiga era, na realidade, uma bonita mulher, mas foi coroada como Rei para mostrar que detinha tantos poderes como qualquer monarca masculino. Jadwiga foi uma governante competente e foi para sempre amada pelo seu povo.
Viveste durante a Idade Média. Os teus pais eram pessoas humildes e honestas que serviam como vassalas de um nobre poderoso.
Tu poderias, também, ter sido um vassalo, mas pretendias voar mais alto. A vida pacífica e simples de um agricultor não era suficiente para ti e, por isso, aos sete anos deixaste a casa dos teus pais e foste para um castelo onde te tornaste pajem, uma posição ainda humilde, é certo, mas que era o primeiro passo para uma longa e vitorias carreira na arte da guerra e no manejo das armas.
A tua formação começou com a senhora do castelo que te ensinou boas maneiras e o refinamento da poesia, porque um cavaleiro medieval não é um bruto, mas primeiro que tudo um homem de cultura. Só depois de completares quinze anos é que começaste o exigente treino militar tendo como tutor o marido da dama do castelo, um cavaleiro de grande coragem e de reputação e feitos gloriosos como o Sol.
Inicialmente, as tuas funções consistiam apenas em transportar as armas do teu senhor e observar os seus atos. Seguidamente, começaste o teu treino com a espada e o escudo. Após muitos anos de preparação árdua e intensiva tornaste-te finalmente num cavaleiro por direito próprio. Agora era chegada a altura de partires à procura de aventuras. Ouviste então que, num reino distante, uma donzela em apuros era mantida em cativeiro por um dragão. Prontamente, puseste-te a caminho para a salvares.
Quando chegaste ao reino distante descobriste que a donzela já tinha domesticado o dragão, convertendo-o num animal de estimação dedicado.
Tomando-te por um possível agressor, o dragão, mal te avistou, quase te fritou com o seu sopro quente. No entanto, no último momento a donzela veio em teu socorro e evitou o pior.
Embora já não fosse necessário matar o dragão, ainda assim, a bonita donzela ficou impressionada com o longo caminho que tinhas percorrido apenas com o objetivo de a salvar. Pediste então a tua amada em casamento. Ela aceitou e viveram felizes para sempre.
Eras uma freira e viveste na Idade Média. Entraste para o convento porque, após um desgosto amoroso, sentiste o chamamento de Deus. Dedicavas os teus dias em devota oração ao Senhor.
Um dia, uma febre estranha tomou de assalto uma aldeia nas proximidades do convento. Todos tinham medo de ir lá e os doentes foram deixados a seu próprio cuidado. Tocada pelo sofrimento destas pobres pessoas, tu dirigiste-te até à aldeia para cuidares delas. No dia a seguir à tua chegada, todos estavam curados. Os aldeões acreditaram que tu tinhas realizado um milagre e tomaram-te por uma santa.
Na realidade, tu tinhas encontrado, na biblioteca do teu convento, um livro antigo que descrevia a cura de muitas doenças. Com a ajuda deste livro, preparaste uma infusão de ervas que curou a febre.
Eras um monge e viveste na Idade Média. Entraste para o mosteiro porque, após um desgosto amoroso, sentiste o chamamento de Deus. Dedicavas os teus dias em devota oração ao Senhor.
Um dia, uma febre estranha tomou de assalto uma aldeia nas proximidades do mosteiro. Todos tinham medo de ir lá e os doentes foram deixados a seu próprio cuidado. Tocado pelo sofrimento destas pobres pessoas, tu dirigiste-te até à aldeia para cuidares delas. No dia a seguir à tua chegada, todos estavam curados. Os aldeões acreditaram que tu tinhas realizado um milagre e tomaram-te por um santo.
Na realidade, tu tinhas encontrado, na biblioteca do teu mosteiro, um livro antigo que descrevia a cura de muitas doenças. Com a ajuda deste livro, preparaste uma infusão de ervas que curou a febre.
Eras um mestre carpinteiro e fabricavas navios num estaleiro holandês, no século XVII. Eras um profissional competente e os navios que saiam das tuas mãos nunca se afundavam.
Um dia, chegou ao estaleiro um jovem aprendiz que pretendia iniciar-se na difícil arte de construção de embarcações. Este aprendiz revelou-se o aluno mais dedicado que tinhas tido ao longo de toda a tua carreira. Ouvia os teus ensinamentos com atenção e nunca o apanhaste a mandriar durante o trabalho.
Mais tarde, para muita pena tua, o aprendiz anunciou que iria deixar o estaleiro. Assuntos urgentes exigiam a sua presença num local distante. Tu lamentaste, mas foste forçado a aceitar a perca deste funcionário, com o qual o estaleiro teria decerto muito a ganhar.
Meses mais tarde, para tua surpresa, viste passar, ao largo da costa, um navio russo que era igualzinho aos teus, até ao último pormenor. Como era isso possível?! Tu nunca tinhas tido nenhum cliente russo! Receoso de que a tua memória te estivesse a atraiçoar, consultaste os teus registos, apenas confirmar que, efetivamente, nunca nenhum cliente russo te tinha encomendado algum navio.
Vieste depois a descobrir que o tal aprendiz era afinal o czar Pedro o Grande, da Rússia, que se tinha empregado como um vulgar funcionário no teu estaleiro. Graças a ti, Pedro pôde levar conhecimentos preciosos para a Rússia, onde mandou construir uma enorme frota de navios que foi a inveja de toda a Europa.
Eras um mestre carpinteiro e fabricavas navios num estaleiro inglês, no século XVII. Eras um profissional competente e os navios que saiam das tuas mãos nunca se afundavam.
Um dia, chegou ao estaleiro um jovem aprendiz que pretendia iniciar-se na difícil arte de construção de embarcações. Este aprendiz revelou-se o aluno mais dedicado que tinhas tido ao longo de toda a tua carreira. Ouvia os teus ensinamentos com atenção e nunca o apanhaste a mandriar durante o trabalho.
Mais tarde, para muita pena tua, o aprendiz anunciou que iria deixar o estaleiro. Assuntos urgentes exigiam a sua presença num local distante. Tu lamentaste, mas foste forçado a aceitar a perca deste funcionário, com o qual o estaleiro teria decerto muito a ganhar.
Meses mais tarde, para tua surpresa, viste passar, ao largo da costa, um navio russo que era igualzinho aos teus, até ao último pormenor. Como era isso possível?! Tu nunca tinhas tido nenhum cliente russo! Receoso de que a tua memória te estivesse a atraiçoar, consultaste os teus registos, apenas confirmar que, efetivamente, nunca nenhum cliente russo te tinha encomendado algum navio.
Vieste depois a descobrir que o tal aprendiz era afinal o czar Pedro o Grande, da Rússia, que se tinha empregado como um vulgar funcionário no teu estaleiro. Graças a ti, Pedro pôde levar conhecimentos preciosos para a Rússia, onde mandou construir uma enorme frota de navios que foi a inveja de toda a Europa.
Eras um soldado francês e lutaste ao lado de Napoleão Bonaparte nas suas conquistas na Rússia.
Após ter dominado grande parte da Europa, Napoleão procurava agora ser senhor da Rússia, mas acabou por ser derrotado pelo gélido clima deste território, sendo forçado a recuar.
Tu, infelizmente, não conseguiste acompanhar o teu líder no regresso. Morreste pela glória da França, congelado debaixo de várias camadas de neve.
Hoje em dia, não gostas nada do frio. Agora já sabes porquê.
Eras um soldado francês e lutaste ao lado de Napoleão Bonaparte nas suas conquistas na Rússia.
Após ter dominado grande parte da Europa, Napoleão procurava agora ser senhor da Rússia, mas acabou por ser derrotado pelo gélido clima deste território, sendo forçado a recuar.
Tu foste um dos poucos soldados que conseguiu escapar vivo. A maior parte das tropas morreu pela glória da França, congelada debaixo de várias camadas de neve.
De volta a casa, e farto de tanta guerra, entraste para um convento onde viveste pacificamente até ao fim dos teus dias.
Eras um soldado francês e lutaste ao lado de Napoleão Bonaparte nas suas conquistas na Rússia.
Após ter dominado grande parte da Europa, Napoleão procurava agora ser senhor da Rússia, mas acabou por ser derrotado pelo gélido clima deste território, sendo forçado a recuar.
Tu foste um dos poucos soldados que conseguiu escapar vivo. A maior parte das tropas morreu pela glória da França, congelada debaixo de várias camadas de neve.
De volta a casa, e farto de tanta guerra, compraste um pequeno terreno numa aldeia isolada e dedicaste-te à poesia e à agricultara até ao fim dos teus dias.