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Um Grão de Areia- Parte 1 A A A A

Sim, ele havia finalmente se conformado com o infeliz fato: ele era um grão de areia. Mas refletindo sobre a bombástica notícia tão relevante... Pensou que isso não era tão ruim.
"Tudo bem, tamanho não é documento. E quanto menor eu sou mais espaço em volta de mim sobra para outros como eu"
Isso era uma das coisas que mais o deixavam feliz, não ser só UM grão, ser parte de uma praia inteira. Juntos eles eram "Maiores que o mundo!"
Até que um dia o grãozinho viu o sol desaparecendo literalmente.
-Ei! O que é isso! AlOOOOoOoooo!
A sua voz estava abafada, e só o eco lhe respondia. Até que uma voz resoou quase ensurdecendo o miudinho.
-Oi! Desculpe-me, eu sou uma concha. Muito prazer! Acho que o mar me trouxe, e eu cobri você sem querer. Mas eu posso te compensar.
O grão se arrastou pra fora da concha, curioso. "Como?"
-Veja se consegue subir em mim, aqui do alto você pode ver o mar como nunca antes, diferente da visão que você tem desse lugar disputado por tantos grãos.
O grãozinho não achou que seria uma boa ideia, de repente ele poderia ser carregado pelo vento e não voltar nunca mais.
Um outro grão invejoso por não ter sido chamado, começou a resmungar.
-Vai logo. Nós não vamos sentir a sua falta, acredito que você já tenha notado que é só UM grão de areia, não? Pois bem, qualquer um dos outros bilhões podem cobrir o milímetro vazio quando você sair!
O miudinho ficou em choque, mais ainda quando todos os grãos em volta confirmaram.
Ele não pensou mais, subiu na concha até onde conseguiu, lutando para não ser derrubado pela leve brisa. E foi quando ele atingiu o topo que um vento mais forte deu-lhe uma pancada e ele começou a ganhar altura!
A concha olhava maravilhada. "Prometa que vai voltar e me contar histórias do mundo!"
O grão prometeu, mas já estava tão longe que não pôde saber se a concha o ouvira. Quanto aos demais grãos na praia, a concha não deixou que eles subissem, por mais que tentassem.
Todos se assustaram quando imensos gigantes chegaram à praia, humanos que cravaram um guarda-sol na areia fazendo com que todos os grãos invejosos fossem tragados por um buraco, e nunca mais vissem nem o mar, nem o sol, nem ouvissem nada a sua volta. Eles estavam mortos sem deixar de viver.
Quanto à concha, uma garota a pegou do chão e achando-a linda, levou para casa. Chegando lá, colocou-a no parapeito de uma janela.
-E agora?! Se o grão voltar não vai me encontrar?! Preciso chegar à praia e...
-Você está de brincadeira né? –Uma voz conhecida perguntou. A concha se virou e viu o grão pousado no parapeito.
-Eu prometi que voltaria, e juro q te encontro até no escuro!Estou livre graças a você...
-Você vai voar de novo?
-Não sei. Mas é minha vez de te compensar, você não pode voar assim como eu, então eu serei a partir de hoje, os olhos com os quais você vera o mundo! Eu paguei o preço da liberdade, mas agora tenho tudo que preciso.
E assim, o grão não foi mais embora, ia e voltava sempre com novidades para a concha. A menina os esqueceu na janela, e eles ficaram morando lá. Por quanto tempo? Ninguém se lembrou de contar...

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