O dia amanhecera com uma grossa camada de nuvens cobrindo o azul perfeito do céu. Eu já havia me dirigido ao Salão Principal, que, àquela hora, já estava cheio de estudantes – com certeza a maioria acordara cedo por causa do nervosismo do início das aulas. Tomei meu café lentamente, vendo alguns alunos acenarem ao me ver (em sua maioria eram ravinos) e, após aproximadamente 15 minutos no local, me dirigi à minha sala, com passos lentos.
Dois alunos – um corvino e outro grifo – estavam ao meu lado quando entrei no corredor da minha sala. – Bom dia professora. – Murmurou educadamente o grifino.
Por isso que eu amava os primeiranistas. Se fosse algum aluno do 5º ano, com quase toda certeza me chamaria de "tia Laura" – não que eu me importasse, muito pelo contrário, amava o apelido, mas... respeito de vez em quando era legal. – Bom dia. – Respondi com um sorriso,
enquanto entrávamos na sala onde já havia alguns outros alunos. Sorri educadamente para cada um deles enquanto me dirigia à minha mesa, onde meu material jazia – havia pedido a um elfo colocar ali ontem à noite. Tirei minha varinha de minhas vestes e apontei para a lousa, de costas para a classe. Apareceu palavras no quadro-negro:Estudo dos Trouxas – Profª Laura
Depois me virei e sentei-me na mesa, remexendo em alguns papéis enquanto os alunos entravam e as conversas se desenvolviam. Não me importava muito com conversas na aula, mas, lógico, tudo tem seu limite. Mantinha a cabeça baixa e, depois de alguns minutos, coloquei os papéis em cima da mesa e sai de cima da mesa, andando até a porta, mas mantendo-a aberta. Enquanto atravessava a sala, alguns olhares me acompanharam, mas ainda dava
para ouvir algumas conversas amenas. – Bom dia, meus queridos. – Falei, e o silêncio começou a reinar na classe. Observei seriamente rosto por rosto e minha voz saiu um pouco mais dura do que eu queria. – Queria começar a aula com dois avisos. Primeiro: se você está aqui, é porque quer. Se não estiver a fim de ficar nas minhas aulas, a porta está aberta para sairem. – Apontei para a porta aberta. – Não obrigo vocês a me ouvirem, afinal,
a nota é sua, não minha. – Fui andando com passos decididos até minha mesa, sentando-me novamente nela e balançando levemente minhas pernas, enquanto sorria novamente ao ver que os alunos ainda estavam ali. – Segunda coisa – falei, com a voz muito mais leve. – Sou umaprofessora, não um dementador; então peço que não tenham medo de mim. Estou aqui para esclarecer dúvidas e ainda não estudei Legilimência suficiente para que possa ler as dúvidas