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A Feiticeira Adozinda subiu ao último degrau da torre mais alta da Escola de Magia de Lisboa onde encontrou o Feiticeiro Zulmiro junto ao telescópio.
- Hoje, temos uma bela vista do planeta Vénus! - disse o feiticeiro, que para além de ser versado em magia é também um especialista em Astronomia.
- Ah Zulmiro, hoje não é uma noite de Vénus, mas sim de Marte, o planeta da guerra e da
conqistaconquista.
- Como assim?
- Pois fica a saber que fui lanchar com a Liliam.
- A Liliam, a Arquiteta dos novos Jardins Suspensos da Escola de Magia de Lisboa? - sugeriu o Zulmiro.
- Exatamente, Liliam, a feiticeira imortal que foi
regeitadarejeitada
pelos deuses. Ela contou-me a história da Rainha Semiramis, a mãe adotiva dela, que foi a fundadora da antiga Babilónia. Que mulher tão poderosa!
O astrónomo hesitou antes falar.
- ...Poderosa sim... mas igualmente
cruellcruel.
A Liliam contou-te que ela raptou o marido e o obrigou a casar com ela?
Os olhos de Adozinda abriram-se mais. Ao reparar na mudança de expressão da feiticeira, Zulmiro fez a seguinte pergunta:
- Estás chocada ou estás curiosa?
- ...Conta-me mais e depois decido.
- Pois bem, Semiramis marchou com os seus exércitos até aos portões do castelo de Ara o Belo, onde encontrou os pais do Príncipe, prontos para lhe resistir até à morte. A mãe de Ara, sabendo que o exército do seu reino era muito menor, abdicou do seu orgulho, ajoelhou-se perante Semiramis, e implorou-lhe que desistisse dos seus planos de conquista. Argumentou que o seu povo era pacífico, apenas queriam viver em amizade com todos e estavam até dispostos e pagar um tributo anual para apaziguar a poderosa monarca.
Adozinda achou que a Rainha deveria ter concordado imediatamente com a proposta:
- Um tributo anual de um reino! Isso deve ser um monte de dinheiro. Excelente negócio! Tivéssemos nós um tributo desses, aqui em Portugal, e acabava-se logo deficit. O Ministro das Finanças devia lembrar-se de uma estratégia dessas.
- Contrariamente ao que esperas Semiramis não concordou, porque o seu coração ardia pela carnificina da conquista militar! - no tom do astrónomo podia ler-se reprovação.
A feiticeira não ficou convencida.
- Certamente, ela não pode ter sido assim tão pouco razoável? Não me digas que arrasou e assassinou o reino inteiro?!
- A Rainha estava disposta a negociar. Na realidade, a razão que a tinha levado até às portas do reino vizinho não era o dinheiro. Havia, na proximidade, outros reinos mais ricos que seria mais lucrativo saquear.
Zulmiro fez um compasso de espera. Adozinda mal aguentava de expetativa.
- Queria o Príncipe Ara o Belo - acabou por revelar o astrónomo.
- Oh! Que romântico!
- Qual romântico, qual quê! O pai do príncipe recusou
imediattamenteimediatamente
a proposta. Iriam ser todos chacinados, claro.
- E depois, o que aconteceu?!
- O Princípe Ara resolveu sacrificar-se pelo reino e ofereceu-se para casar com a Rainha.
- Ah, então afinal ele não foi raptado. Casou com Semiramis de livre vontade e evitou-se a guerra.
- Não me parece que tenha sido de livre vontade. Além disso, Semiramis pensou que se podia ficar com Ara, nada a impedia de ficar também com os cofres do reino.
- Então, acabou mesmo por haver uma guerra.
- Não, no final não houve, porque quando Semiramis mandou as tropas avançarem Ara ameaçou que pularia do topo das muralhas do castelo para a sua morte. Semiramis foi forçada a concluir que não poderia ter o que desejava pela violência.
- Um bocado chantagista, esse Ara - opinou Adozinda. - Mas devia ser realmente muito bonito. Devia valer o seu peso em ouro.
- De pouco lhe valeu porque casou com uma besta. Semiramis levou o príncipe como troféu, insensível aos prantos da mãe do príncipe e à raiva do pai.
- Bem, um dia ele teria de sair de casa dos pais. É sempre um momento difícil, ver uma cria partir. E Liliam disse-me que Semiramis era uma excelente mãe. Nunca faltou com nada lá em casa e cedia a todos os caprichos da família.
- Não digo que não tenha sido uma mãe extremosa, mas as suas atrocidades estão bem documentadas.
Adozinda aproximou-se um pouco mais do astrónomo.
- Zulmiro, o que dirias se eu tivesse um grande exército e te conquistasse?
- Não é preciso tanto. Posso ser teu já. O que queres que faça?
A
feitisseirafeiticeira,
que não esperava esta resposta, foi apanhada de surpresa.
- O QUÊ?!...
- Vamos! Diz uma ordem!
- Isto foi tudo muito repentino. Assim, de súbito, não me lembro de nada.
- Grande rainha que tu saíste. Uma rainha que se preze devia ter sempre uma ordem na ponta da língua. Eu vou ajudar-te. Que tal umas panquecas?