Manuscrito antigo revela quem construiu os Jardins Suspensos da Babilónia
Ainda hoje é um mistério quem foi o responsável pela construção dos Jardins Suspensos da Babilónia,
que são uma das sete maravilhas da Antiguidade Clássica.
O Feiticeiro Zulmiro encontrou um
manuscrito que finalmente desvenda este mistério, que persiste há milénios, e que
tanto tem intrigado arqueólogos e historiadores.
Devido à passagem do tempo, algumas letras do precioso e frágil papiro estão trocadas.
A tua ajuda é indispensável para recuperar este pedaço da História da Humanidade.
Assinala todos os erros para recuperares o manuscrito e descobrires quem construiu os
famosos jardins suspensos!
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Há muito tempo atrás, na antiga Babilónia, o Príncipe Ara o Belo surpreendeu a sua
esposa, a Rainha Semiramis, com um embrulho onde se aninhava um
peqenopequeno
e frágil ser.
- Esta é a nossa nova filha, enviada pelos
deuzesdeuses,
que encontrei junto ao rio entre os canaviais.
Semiramis, uma mulher prática e pouco dada a
fantaziasfantasias,
ergueu ceticamente uma sobrancelha.
No entanto, a curiosidade acabou por derrotar a mais poderosa entre todos os monarcas,
que espreitou para dentro do entrouxo de mantas e viu uma criatura de olhos verdes angulosos,
cabelo igualmente verde, longas orelhas bicudas e pele entre o castanho e o dourado.
Só a intervenção divina poderia ter levado à génese de um tal ser e a vontade dos deuses
não podia ser desafiada. A bebé seria prontamente aceite no seio da casa real.
Liliam, a princesinha adotada, cresceu sonhadora e alheia ao que a
rodeavaarodeava,
para grande frustração da mãe:
- Os deuses zombam
comiggocomigo!
Enviaram-me uma filha que só se interessa por flores e que nada quer saber de política nem da vida da corte!
Como iria a Rainha reagir perante esta
ribeldiarebeldia
da filha?
- Pois se a menina gosta de
floressflores,
que se lhe dê os meios para construir um jardim - sugeriu o pai.
- Um jardim?! Mas que
prejuísoprejuízo,
e que inutilidade marido! - ripostou, consternada, a matriarca, que
muito se orgulhava da boa
organizassãoorganização
das suas contas públicas e da ausência de deficit, uma praga
comum entre outros reinos mais desorganizados.
Perante estas palavras uma sombra de tristeza escureceu a face do Príncipe Ara o Belo
Ara era o mais
bunitobonito
entre todos os príncipes. Quando a Rainha Semiramis reuniu os seus
ezércitosexércitos
para conquistar a Arménia, o príncipe aguardou-a junto aos portões da cidade e ofereceu-lhe a sua mão. Ofuscada pela
beleza do delfim da Arménia, Semiramis mandou recuar os seus guerreiros e conquistou o príncipe, para depois
ser conquistada por ele, pois tal é a natureza do amor, em que o vencedor serve o vencido.
Na realidade, Semiramis guardava um remorso permanente por ter afastado Ara do seu povo e de tudo o que lhe
era familiar. Por isso, pensou que a construção de um jardim era uma pequena compensação que podia
distrai-lo e trazer-lhe felicidade.
Contrariada, a Rainha aceitou a vontade do marido e da filha. Além disso, se Liliam tinha sido enviada pelos
deuses, e se a menina revelava
enclinaçãoinclinação
pelo cultivo das flores, isso significava que tal inclinação não podia ser desrespeitada.
Por isso Semiramis produziu um decreto real em que cativava o orçamento para as conquistas militares para
além do Rio Eufrates e desviou-as para a construção do dito jardim.
Ao longo dos próximos anos, a jovem Liliam construiu o mais belo
gardimjardim
de todos os tempos, um jardim suspenso, de magníficas flores, uma das maravilhas da antiguidade.
- Peço-te, minha Rainha, que elogies e congratules a nossa filha pelo seu
trrabalhotrabalho.
A nossa querida Liliam esforçou-se muito para a construção de um tão magnífico jardim.
- Flores, flores e mais flores! - resmungou Semiramis. - Não é com flores que se governa um reino marido!
- Mas Semiramis, este jardim é uma excelente adição ao teu palácio.
- Para que queria eu um palácio maior? Para ter mais despesa com o pessoal de limpeza?
- Pequeno preço a pagar pelo prestígio e fama de sermos a mais
civiilizadacivilizada
entre todas as nações. Este jardim é a prova viva disso. Guerras e conquistas, todos os monarcas as fazem. Agora, um jardim como este, nenhum rei alguma vez terá! Serás a inveja de todos, minha amada Semiramis, o teu nome atravessará milénios e persistirá para sempre. E, no futuro, ainda que as flores deste jardim sequem, os vindouros suspirarão pela lembrança que persiste nos seus corações, a lembrança de uma beleza que não poderá alguma vez mais ser alcançada.
- Graciosas palavras, Príncipe Ara. Mais uma vez me convences! - e Semiramis acariciou os cabelos verdes de Liliam, que abraçou a mãe. - Ainda assim, a minha alma estremece com a despesa. Nem imaginas a conta da água este mês para regar e manter luxuriante tão vasta extensão de vegetação. É a ruína marido!
Ao
contrárriocontrário
do que a Rainha esperava, os jardins suspensos acabaram por ser lucrativos devido à
multidão de turistas que atraíram.
- Recebemos visitantes de todos os pontos do mundo! - congratulou-se Semiramis. - Quem haveria de dizer
que esses outros povos viriam entregar-nos o seu dinheiro voluntariamente, em vez de obrigados através de
conquista militar. Reflito que o
turismuturismo
pode ser a atividade do futuro, marido. Assim, também se
evitam os estropiados da guerra que tanto pesavam ao nosso sistema de saúde e à segurança social.
- Os deuses recompensam-te por teres tomada a decisão certa,
divinaadivina
Semiramis - concordou o Príncipe Ara o Belo.
- Tu e os teus idealismos sempre me convencem marido! Palavra que às vezes não sei quem realmente
governa este reino! E a nossa Liliam puxou a ti. Vive no mundo dos mortais, mas tem a cabeça
perdida no mundo da fantasia.
Os impérios vão e vêm. Liliam, imortal devido ao sangue divino que lhe corre nas
vveiasveias,
subsistiu à
queda da sua casa na antiga Babilónia. No Império Romano voltou a destacar-se como a jardineira mestre
de vários imperadores. Liliam admirava o império, a sua organização e disciplina, mas o gosto pela guerra e
pelo derramamento de sangue dos gladiadores desgostava-a.
O tempo passou e também este império tão
podderosopoderoso
se desfez em migalhas. Veio a Idade Média,
o obscurantismo e o horror à diferença. Acharam os Jardins Suspensos da Babilónia bonitos demais,
tão bonitos que só podiam ser obra de Belzebu. Perseguida, Liliam refugiou-se na floresta e virou costas
àquela população tristonha que voluntariamente virava costas à
belezzabeleza.
Foi com pena que assistiu ao massacre
dos gatos. Nada de bom poderia advir de uma tão vil afronta a animais que carregavam uma centelha dos
deuses no seu passo elegante.
Liliam não se enganou. Os ratos, sem o freio dos gatos, tornaram-se uma praga incontrolável espalhando
consigo a mortífera peste negra. Desolada, Liliam assistiu à morte de aldeias inteiras.
O fim da Idade Média trouxe novas oportunidades a Liliam. Foi convidada para a corte do Rei Luís XIV onde colaborou na
construção dos opulentos jardins do Palácio de Versalhes. Mais tarde tornou-se amiga da
pinntorapintora
Vigée Le Brun, a retratista da Rainha Maria Antonieta. Sua Majestade tinha-as a ambas em elevada
consideração. Ajudava Vigée Le Brun a arrumar os pincéis e escolhia com Liliam as sementes a plantar no jardim real.
No entanto, não
tardariiatardaria
muito até que Liliam voltasse a ser vítima de perseguição. A queda
de Maria Antonieta do poder e a sua posterior morte na guilhotina levou à purga de todos os que lhe
eram próximos. Liliam e Vigée Le Brun fugiram de Paris a coberto da noite e procuraram refúgio em outras cortes
mais tranquilas. Vigée Le Brun manteve sempre o seu orgulho e, em Roma, recusou-se a retratar o Papa porque este
lhe exigiu que utilizasse um véu. Liliam aplaudiu-a porque os cabelos de uma mulher são divinos e nunca
motivo de vergonha. Inúmeros clientes surgiram para a
retratistahretratista
e para a jardineira da Rainha e ambas enriqueceram.
Vigée Le Brun passou os seus últimos dias na quinta que comprou com o produto do seu trabalho. Liliam
sobreviveu-lhe, como tem
sobrevviidosobrevivido
sempre e até agora, permanentemente em busca de um lugar para
acolher a magnificência dos seus jardins.
Atualmente, Liliam juntou-se à Escola de Magia de Lisboa para que a
feitiçraiafeitiçaria
a ajude a preservar o
seu trabalho tantas vezes destruído. Com a ajuda dos alunos da escola irá construir um jardim que superará todos
os anteriores. Volta em breve para participares na construção deste
monummentomonumento
florido.