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Adozinda ouviu Fedra conter um soluço abafado atrás de si. Pobre Fedra, estúpida Fedra, sempre tão distante e protegida na sua frieza, logo havia de abrir o coração inexperiente para um vândalo que apenas lhe dedicava um desdém disfarçado. Adozinda muitas vezes fantasiara Fedra acompanhada por um homem que admirasse a genialidade impetuosa da feiticeira de olhos azuis. Vislumbrara até candidatos adequados para esse lugar, candidatos aos quais Fedra não concedia a menor oportunidade de aproximação. Afastara-se de bons partidos apenas para cair nas mãos de um impostor. Seria mil vezes preferível que se tivesse mantido resguardada, segura e sozinha dentro do gelo, em vez de tropeçar nesta armadilha.
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